Em entrevista ao Bahia Notícias, o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-BA), Jonas Dantas, observou que, no Seminário Acompanhamento das ações para realização da Copa 2014, durante o painel que tratava dos projetos de infraestrutura para o evento, representantes do governo do Estado teriam apresentado o modelo BRT (os corredores exclusivos de ônibus) como a única opção para a mobilidade urbana na Avenida Paralela. Dantas não soube precisar qual autoridade utilizou do microfone para apresentar o projeto, mas tratou do assunto como se este já estivesse resolvido: “O BRT, pelo que foi apresentado aqui pela manhã, foi o escolhido. O processo de escolha não foi o mais democrático, mas já que está decidido, precisamos de pressa. Até começar a obras, leva um tempo”, afirmou. Durante a manhã, falaram pelo Estado representantes da Secretaria Especial da Copa do Mundo (Secopa), de Desenvolvimento Urbano (Sedur), de Trabalho e de Emprego, Renda e Esporte (Setre). O BN tentou entrar em contato com os gestores estaduais, mas não obteve sucesso. Vale lembrar que 11 empresas apresentaram projetos no Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), que se dividem entre o BRT ou o VLT (o bonde moderno) – a decisão oficial está prevista para sair apenas em junho.
A engenheira Maria Del Carmen, deputada estadual pelo PT, mudou de opinião e passou a defender o sistema de Bus Rapid Transit (BRT) em vez do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), como melhor opção para o imbróglio sobre o transporte de massa de Salvador destinado à Copa do Mundo. Em entrevista ao Bahia Notícias, a parlamentar justificou que a principal questão para o câmbio foi o prazo. “Quando a gente analisa o VLT, vê que é uma solução mais limpa, do ponto de vista energético, mas quando vê os dados e avalia o que é possível fazer para a Copa, a diferença quanto à demanda da população é quase igual. O VLT é quase três vezes mais caro e o prazo para a implantação é muito maior. O metrô tem um custo muito elevado que a Bahia não tem condições de pagar”, analisou, em referência às possibilidades, sobretudo para a região da Paralela que, para a petista, tem a mobilidade “caótica”. Mesmo assim, Del Carmen acredita que deve haver discussões com especialistas para que a decisão seja tomada de uma forma mais precisa. “A nossa preocupação é que não façamos o que foi feito no projeto do metrô, em que a alteração no projeto inutilizou o canteiro central (da Avenida Bonocô), que podia ser explorado pela linha exclusiva de ônibus. Temos que ter cuidado para implementar um sistema que dê menos prejuízo e que possa, no futuro, permitir a instalação de outro modal, seja o VLT ou o metrô de superfície. A Assembleia tem que fazer um debate com técnicos, sem deixar de ouvir também a Região Metropolitana de Salvador, já que qualquer intervenção na Paralela também vai interferir na população de Lauro de Freitas e Simões Filho”, exemplificou.
A vereadora Marta Rodrigues, presidente municipal do PT, discorda da correligionária Maria Del Carmen na discussão sobre o projeto a ser implementado na cidade, para que a mobilidade urbana – principal entrave hoje de Salvador para a Fifa – seja adequada aos requisitos da organização da Copa do Mundo. Para a dirigente petista, embora o BRT seja mais barato e tenha um prazo de execução mais curto, o VLT é uma solução que beneficiará a capital baiana no pós-Mundial. “É mais longo o prazo de instalação, mas é uma modalidade que traz muito mais vantagem. Além da questão do meio ambiente (é menos poluente), a integração intermodal com os trens, metrô e ônibus é feita de uma maneira mais eficiente. Tem que pensar também que Salvador é uma cidade com uma população a cada dia mais velha e que tem muitos cadeirantes. O BRT tem durabilidade de 10 a 15 anos, segundo os especialistas. O VLT tem uma durabilidade muito maior”, opinou. Marta concorda com Del Carmen, entretanto, na ampliação da discussão para as cidades da RMS. Ambas clamam que o debate seja logo intensificado, uma vez que o relatório do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia da Bahia (Crea) indica uma preocupante lentidão na execução dos projetos destinados ao torneio de futebol, em que alguns sequer passaram da fase de elaboração. Caso Salvador não conclua as obras até o início da Copa das Confederações, programada para junho de 2013, a terceira maior metrópole do país poderá incluir em seu currículo o vexame de perder o status de cidade-sede.
Com Informações de BuzuNet
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Um comentário:
lógico que o VLT é a melhor opção!!! Não podemos deixar que o SETPS mais uma vez trate Salvador com descaso como vem fazendo a anos!! Chega de onibus, Salvador precisa é de VLT, transporte de qualidade para a sua população. O BRT não vai tirar um único carro da rua pois são os mesmos ônibus de sempre apesar dessa nova roupagem futurista! VLT Já!!!
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