Após 1h30 de negociações, a categoria aceitou o reajuste de 8%, que foi considerado ´razoável´ pelo Sintro.
O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado (Sintro)levou ontem, para aprovação em assembleia, a proposta feita pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Ceará (Sindiônibus), de 8% de reajuste salarial. Após 1h30min de conversas, a categoria aprovou, com maioria de votos, o novo percentual de reajuste, assim como encerraram-se as possibilidades de greve na Capital.
"Não era o que esperávamos, mas consideramos a proposta razoável", disse o vice-presidente do Sintro, Sergio Barbosa.
Outra assembleia deve ser realizada hoje para comunicar a decisão ao restante da categoria. De acordo com o assessor político do Sintro, Valdir Pereira, as negociações deste ano foram consideradas vitoriosas, tendo em vista que não foi preciso entrar em greve.
Pereira informou que o objetivo, de agora em diante, é começar a procurar um piso equivalente a quatro salários mínimos. O caminho é considerado longo, tendo em vista que hoje, depois do atual aumento, a remuneração está em R$ 1.273,00, ou seja, quase dois salários mínimos e meio.
Depois das negociações de ontem, com o Sindiônibus, as partes acordaram, além do reajuste de 8%, uma cesta básica de R$ 60,00 e auxílio refeição ou alimentação de R$ 7,00. Antes os valores destes benefícios equivaliam R$ 55,00 e R$ 6,50, respectivamente.
Por fim, a categoria dos motoristas teve um ganho real de 1,9%. Além de conseguirem aprovar o Programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de 25%. O PLR é uma ferramenta de gestão que permite uma maior participação e empenho dos empregados na produtividade da empresa.
"Embora a nossa proposta inicial tenha sido de duas vezes de 45%, consideramos esse percentual um ganho. Agora resta esperar que eles cumpram com o que ficou definido em mesa", acrescentou o vice do Sintro.
O auxílio creche também foi uma das conquistas, que antes não havia. "Nossa proposta era de 120%, mas conseguimos metade", informou Valdir Pereira.
Das 45 cláusulas que estavam em discussão na rodada deste ano, apenas uma não foi acordada, a que se refere ao plano de saúde. Segundo Sérgio Barbosa, a categoria patronal se manteve irredutível e negou qualquer parceria alegando falta de recursos financeiros.
"Pedimos a eles uma parceria financeira, onde nós pagássemos apenas metade do valor do plano, porém ele disseram que não seria possível, e nos ofereceram apenas o nome da empresa, o que não nos mostraria ganho nenhum no que se refere a pagar menos por um plano de saúde", explicou Barbosa.
Agora, com o reajuste, os cobradores ficam com um salário equivalente a 60% dos motoristas, ou seja, R$ 763,8, e os fiscais com 70%, que equivale a R$ 891,1.
Fonte: Diário do Nordeste
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