De acordo com os motoristas, a paralisação deve durar até a próxima quinta-feira, quando acontece outra reunião
Mesmo com uma categoria dividida entre aderir à paralisação dos serviços de transporte coletivo de Fortaleza, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Urbanos de Fortaleza (Sintro) garante, por meio de seu advogado, Cláudio Rennó, manter a posição de realização de greve de motoristas, fiscais e cobradores a partir de zero hora desta terça-feira.
De acordo com a assessoria jurídica do Sintro, a categoria ainda esperava, até o fim da trade de ontem, por uma palavra do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), que pudesse evitar a paralisação prevista para hoje e amanhã na Capital. Já a assessoria de impressa da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), o órgão não foi comunicado oficialmente sobre a greve, portanto, caso haja a paralisação, as empresas que não mantiverem seus veículos (ônibus) à disposição da população de Fortaleza, serão notificadas e penalizadas.
Ainda de acordo com a assessoria, a Etufor está reforçando o monitoramento dos veículos via GPS. Atualmente, segundo a Etufor,1759 ônibus circulam na Capital e mais de um milhão de pessoas precisam do transporte público. Por ser considerado serviço essencial, o efetivo mínimo de 30% da frota circulante em Fortaleza, deve permanecer em circulação enquanto durar a paralisação, ou seja, 527 ônibus.
Para o Sindiônibus, o momento agora é de espera. Segundo sua assessoria de imprensa, o impasse somente terá resposta na quinta-feira, após discussão em audiência, às 10h, no Tribunal Regional do Trabalho do Ceará (TRT/CE).
Apreensão
Durante a manhã de ontem, diante da eminência de greve, usuários se mostravam apreensivos e ao mesmo tempo revoltados com a situação. A estudante Claudilene Sousa Costa, 24 anos, se deparou com a notícia da greve no primeiro dia de aula. Indignada, ela relata que já foi bastante prejudicada com as paralisações. "Já perdi aula e até prova por conta da falta de transportes. Os motoristas precisam pensar também em nós usuários que dependemos deles para nos deslocar".
Os próprios motoristas também estão divididos. Segundo Ecílio Pinheiro que trabalha há 10 anos em uma empresa de ônibus, apesar da greve ser importante para garantir os direitos dos funcionários, centenas de motoristas temem aderir ao movimento e perder o emprego. "No ano passado, a greve foi muito forte, mas depois dos episódios de vandalismo muitos motoristas foram demitidos e isso gera medo nos demais".
No entanto, caso a greve comece hoje, a Etufor já anunciou que irá notificar e penalizar as empresas que suspenderem as viagens. "Temos um controle operacional via GPS que monitora todos os trajetos realizados pelos veículos. Se houver paralisações ficamos informados simultaneamente", destaca a assessoria de imprensa da Etufor.
Conforme Domingos Neto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviários do Estado do Ceará, a categoria fez o possível para evitar a paralisação, contudo, é preciso existir colaboração do Sindiônibus. De acordo com ele, o Sintro enviou, na última sexta-feira, dia 29, um comunicado para o Sindiônibus informando uma nova proposta.
Até o fim da tarde de ontem, o Sintro ainda tinha esperanças de resolver o impasse criado com o sindicato patronal.
Para o advogado da categoria, Cláudio Rennó, os motoristas ainda esperavam que os empresários revissem suas posições e acatassem o pleito de 9,9% de reajuste salarial. Segundo informou o Sindiônibus, nada mais será possível fazer até a próxima quinta-feira, quando haverá a audiência acerca do dissídio coletivo.
"Estamos pedindo agora 9.9% de aumento e um vale de refeição de R$ 7,50. Não estamos querendo nada demais só os nossos direitos", ressalta Domingos Neto.
A audiência será conduzida pelo desembargador Antonio Marques Cavalcante Filho, relator do dissídio coletivo ajuizado pelo Sindiônibus, no último dia 27 de julho.
O encontro entre empresários e motoristas de ônibus acontece na próxima quinta-feira, às 10 horas no Tribunal Regional do Trabalho do Ceará (TRT/CE). Os empresários usam como estratégia esperar pela decisão judicial. Os motoristas garantem permanecer com a greve por tempo indeterminado.
Fonte: Diário do Nordeste
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